A compreensão que temos de nós mesmos, a nossa autoimagem, depende, em
grande parte, da maneira como os outros reagem em relação a nós. Como resposta
à reação demonstrada pelos outros, nós modificamos constantemente a nossa
autoimagem.
Contudo, ao invés de responder às pessoas o que nós pensamos que somos, os
outros frequentemente respondem à pessoa, o que eles pensam que somos – à
percepção e imagem que eles têm de nós, à pessoa que eles conseguem ver. No
entanto, esse pensamento não deveria ser real, pois partindo do principio de
que a auto percepção é a consciência que o sujeito deveria ter de si mesmo, é o
somatório de todas as impressões internas e externas do sujeito.
A pessoa que desenvolve a verdadeira percepção, compreende o conjunto de
sensações, como sentimentos, emoções, pensamentos. Ela passa a identificar as
realidades por trás das diversas impressões que temos desta realidade e nos
permite libertar nossa consciência, permitindo o afloramento da lucidez advinda
da consciência profunda. A auto percepção se dá quando conseguimos mergulhar
dentro de nós e nos perceber como sujeito único.
Para conseguir uma comunicação plena com a intimidade e com os outros, é
necessário a auto percepção e a compreensão de si mesmo.
A compreensão é, por sua vez, uma atitude tolerante e a leitura do
conjunto de qualidades que integram uma ideia para que possamos separar o real
do imaginário. Essa compreensão também diz respeito à disposição para entender
as nossas atitudes e sentimentos, assim como as atitudes e os sentimentos do
outro.
Em psicologia, autoestima inclui a
avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma como sendo intrinsecamente
positiva ou negativa em algum grau. Muito se fala sobre autoestima, mas poucas
pessoas entendem o seu verdadeiro significado. Cuidar de sua autoestima vai
muito além de visitar o cabeleireiro ou comprar aquela roupa nova. Aliás, estas
nem são condições necessárias para o cultivo da mesma. Conhecemos, em tese, a
definição básica de autoestima: é a estima que se tem por si mesmo, ou seja, o
quanto a pessoa se valoriza. O quanto se quer bem e se aceita.
Por outro lado podemos dizer que a autoestima
é um ato de amor e de confiança consigo mesmo, ou seja, o "amor
próprio" e a "autoconfiança", então se faltar um destes
ingredientes, não teremos uma autoestima verdadeira.
É certo que se ame a si mesmo, mas é
fundamental que se tenha confiança em seus atos ou pensamentos, em seus
projetos ou na sua capacidade de conquista, porque sem o amor próprio é
impossível sentir momentos de felicidade.
Infelizmente, trazemos dificuldade em
cultivar estes dois ingredientes da autoestima, o amor próprio e a
autoconfiança, por eventos que se manifestaram desde a nossa criação. Quantas
vezes, por medo do egoísmo, deixamos de lado nossa própria vontade, para fazer
tudo o que o outro queria. Só que autoestima não tem nada a ver com o egoísmo.
O egoísta é um ser vazio e solitário que precisa cada vez mais de coisas e
pessoas que o preencham. Gente com boa autoestima, apenas reconhece que, como
qualquer ser humano, tem o direito de valorizar e satisfazer suas vontades
também.
Durante nossa socialização, aprendemos
a cultivar uma "personalidade ideal" e, tivemos que engolir nossos
sentimentos. Em nome de Deus, da moral ou da boa educação, o importante era
"fazer a coisa certa", mesmo que aquilo estivesse contrariando nossa
natureza.
Pensamos agora na ideia do "corpo
ideal". O ideal é apenas um sonho, uma projeção. Com isto, vivenciamos um
estado profundo de angústia, pois comparamos nosso corpo com
"modelos" e percebemos o quão diferente somos daqueles seres
perfeitos e maravilhosos que deveríamos ter sido.
Na nossa cultura, na mídia e até
mesmo nossos familiares contribuíram fortemente para gerar este quadro:
"Está na moda quem usa tal roupa"; "Sem estudo você não é
nada"; "Você será aceito somente se fizer isto e não aquilo...".
na maioria das vezes, isto aconteceu por ignorância, se essas pessoas tivessem
acesso a determinadas informações, certamente as atitudes de nossos educadores seriam
diferentes.
Quando a pessoa passa a se perceber e
ter uma maior compreensão de si, o resgate da autoestima acontece, por que ela decide que só precisa ser quem ela é. Você
pode confrontar as opiniões, e não ficar preso a um único ponto de vista. Descobre
que, se no passado era importante ouvir e respeitar as ordens dos adultos, hoje
você pode ser dono (ou dona) de seu próprio destino. Passa a respeitar mais
suas próprias ideias, porque, automaticamente, está se ouvindo mais. Não viemos
ao mundo para corresponder às expectativas dos outros, por mais que se ame.
O maior desafio humano é lidar com
suas emoções e na maioria das vezes é necessário agir de forma incisiva para
que algo seja efetivado.
Quando essa atuação passa a ficar complicada,
o indivíduo começa a pensar na necessidade de transformação pessoal, na
necessidade em querer ser alguém melhor.
Não é necessário que o ser humano
chegue ao fundo do poço não havendo mais saída, basta que ele deseje uma melhor
maneira de viver, para que o desejo de transformação aconteça. Essa
transformação também não tem período de duração ou tempo determinado para
acontecer. Ela se dá a qualquer momento.
Desejar ser uma pessoa melhor para si
e para o meio em que vive, é uma decisão que traz em parte grande
responsabilidade, que a pessoa deve assumir com sua história de vida e com
sua essência.
Na verdade é um compromisso real,
fiel consigo mesmo em buscar das informações necessárias para sua evolução
pessoal.
E a partir do instante em que se tem
essa firme decisão que as portas se abrem e as ferramentas necessárias
para seu desenvolvimento surgem á sua frente. A mente se abre!
E conforme dizia o gênio Albert Einstein, a mente que se
abre ao novo nunca mais volta ao seu tamanho original. E isso já garante
boa parte nesta transformação.
Por isso a importância de se
comprometer, assumir a própria história e encarar a vida de frente assumindo
todos os riscos.
Tomando posse de si mesmo... Permitindo
que seu melhor apareça... Passando a contagiar outras pessoas com sua mente
saudável por onde passar!!!
"O ser humano vivência a si mesmo, seus pensamentos como algo
separado do resto do universo - numa espécie de ilusão de ótica de sua
consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe a nossos
desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas. Nossa
principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo
de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em
sua beleza. Ninguém conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar
pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de
nossa segurança interior."Albert Einstein
Neste sentido a transformação pessoal pode ser
desenvolvida passando a ser como uma característica permanente de personalidade,
podendo, ser específica de uma dimensão particular, "Acredito que sou um
bom escritor e estou muito orgulhoso disso" ou de extensão global,
"Acredito que sou uma boa pessoa, e sinto-me orgulhoso quanto a mim no
geral".
O que uma pessoa com a consciência desperta sente em relação a si mesma
está presente em todas as suas ações; gestos, posturas e atitudes, revelam as
diversas facetas da autoestima.
A pessoa estando consciente dessa
transformação procurando se perceber melhor, desenvolverá uma autoimagem mais
coerente com sua realidade evolutiva, do contrário a interpretação fantasiosa
da realidade, baseada em crenças e emoções autos significantes, e não na
análise racional dos fatos, leva à distorção da autoimagem.
“Mudar de mundo é mudar de olhar,
transformarmo-nos é o melhor que podemos fazer para contribuirmos com a mudança
do mundo.” Não há outro caminho para se viver que não passe por si mesmo, pela
experiencia magnifica de Ser que se torna consciente e floresce na direção da
própria plenitude. Essa busca do “DeSiPleno”, da disciplina da vida.
(Magalhães, 112).