Gestalt-Terapia é uma abordagem
fenomenológico-existencial, ou seja, uma psicoterapia que busca trazer a consciência
para o aqui-e-agora, na observação de como o fenômeno se apresenta, buscando o
“como” e não o “por que”. O psicoterapeuta faz uso de alguns experimentos em
que o cliente experiencia uma situação em que ele é sujeito e objeto de
investigação. Faz-se necessário afirmar que esses experimentos não são simples
técnicas, e quando aplicadas devem ser realizadas com critério, pois não deve
ser em qualquer situação ou cliente.
Neste sentido o psicoterapeuta auxilia o cliente
a sair da polarização, da racionalização que impede a excitação para a ação, possibilitando
a abertura para o desenvolvimento do auto-suporte com espontaneidade. O cliente
que passa pelo experimento começa a agir mais do que apenas ficar falando sobre
as situações inacabadas, pois compreende uma situação inacabada com mais
riqueza.
O trabalho no consultório se torna um ato de
investigação, onde o cliente sem medo de criticas ou rejeição, de estar certo
ou errado, pode se lançar no processo de aprender a reintegrar partes
dissociadas, sensibilizar-se novamente, testar novos e criativos ajustamentos,
ser responsivo ao seu aqui e agora, lidar com evitações, aprender
experiencialmente sobre si mesmo e viver a terapia como a vida, num processo
contínuo de conscientização. (D’acri, G. Lima, P. Orgler, S., 2007, p. 102).
Tais
experimentos possuem o objetivo de aumentar as
alternativas de comportamentos do cliente e da percepção sobre si mesmo; criar
condições nas quais ele pode ver sua vida como sua criação pessoal (se
responsabilizando por sua terapia), estimular e propiciar a aprendizagem a
partir da sua própria criação, completar situações inacabadas e superar
bloqueios dentro do ciclo de formação e destruição de gestalten, integrar as
compreensões intelectuais com as expressões motoras; descobrir polaridades das
quais não se tem consciência; e o fortalecimento do auto-suporte.
Desse
modo faz-se necessário que se siga algumas etapas, como por exemplo, a identificação
e preparação do “terreno”: conhecer as expectativas do cliente, criar um
momento “seguro” para a possível experimentação.
Propiciar
um consenso, uma negociação entre psicoterapeuta e
cliente para que o cliente decida se tem disponibilidade para participar do
experimento, deixando claro que ele não está sozinho neste processo, que o
psicoterapeuta está a sua disposição, numa atitude de suporte e respeito.
O terapeuta gradua o experimento tendo como
referencial as possibilidades de ação do cliente, a gradação é a experiência vivenciada pelo
cliente de acordo com as suas possibilidades, sendo que estas poderão ser
ampliadas.
Awareness: é a consciência do cliente, junto com
as observações que o psicoterapeuta formula, desenvolvem a ação para a
construção de um experimento. (conscientização).
O
psicoterapeuta deve estar sempre presente e perceber onde a “energia” do
cliente está disponível, por onde se pode começar o experimento.
“Foco” do
experimento sempre deve ser na forma, como o cliente se interrompe e se
desenvolve.
“Tema” é a figura que se revela de um conteúdo
onde terapeuta/cliente vão nomear e unificar, se entrelaçam uns com os outros e
criam uma tela rica de experiências em uma situação existencial dada.
Construção de auto-suporte: tem com objetivo
sair do self-suporte e desenvolver o auto-suporte.
A “escolha de um experimento” abrange várias
possibilidades que partem da relação psicoterapeuta/cliente.
Insight
e Fechamento: São atualizações e ressignificações de gestalten inacabadas, ou
seja uma retrospectiva de todo o trabalho realizado e o que foi aprendido e
transformado na vida do cliente.
Para o autor Polster e Polster (2001), o papel
do psicoterapeuta é o de mentor e companheiro do cliente, durante o processo
vai o ajudando a manter em equilíbrio a segurança e os aspectos emergentes da
experiência, dando sugestões, orientações e apoio.
Finalmente, o terapeuta e o cliente vão se auxiliando
na criação de uma historia de vida que é escrita conforme esta mesma se
desenrola.
REFERÊNCIAS
D’ACRI, G. LIMA, P. ORGLER, S. Dicionário de
gestalt-terapia: “gestaltês”. São Paulo: Summus, 2007.
RODRIGUES, H. E. Introdução à Gestalt-terapia:
Conversando sobre os fundamentos da abordagem gestáltica. 4ª Ed. Petrópolis,
Rio de Janeiro: Vozes, 2007
POLSTER E. e POLSTER M. Gestalt-terapia
integrada. São Paulo: Summus, 2001.
ZINKER, J. Processo criativo em gestalt-terapia.
São Paulo: Summus, 2007.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir