domingo, 27 de dezembro de 2015

O despertar para auto percepção, auto estima e transformação pessoal.

A compreensão que temos de nós mesmos, a nossa autoimagem, depende, em grande parte, da maneira como os outros reagem em relação a nós. Como resposta à reação demonstrada pelos outros, nós modificamos constantemente a nossa autoimagem.
Contudo, ao invés de responder às pessoas o que nós pensamos que somos, os outros frequentemente respondem à pessoa, o que eles pensam que somos – à percepção e imagem que eles têm de nós, à pessoa que eles conseguem ver. No entanto, esse pensamento não deveria ser real, pois partindo do principio de que a auto percepção é a consciência que o sujeito deveria ter de si mesmo, é o somatório de todas as impressões internas e externas do sujeito.
A pessoa que desenvolve a verdadeira percepção, compreende o conjunto de sensações, como sentimentos, emoções, pensamentos. Ela passa a identificar as realidades por trás das diversas impressões que temos desta realidade e nos permite libertar nossa consciência, permitindo o afloramento da lucidez advinda da consciência profunda. A auto percepção se dá quando conseguimos mergulhar dentro de nós e nos perceber como sujeito único.
Para conseguir uma comunicação plena com a intimidade e com os outros, é necessário a auto percepção e a compreensão de si mesmo.
A compreensão é, por sua vez, uma atitude tolerante e a leitura do conjunto de qualidades que integram uma ideia para que possamos separar o real do imaginário. Essa compreensão também diz respeito à disposição para entender as nossas atitudes e sentimentos, assim como as atitudes e os sentimentos do outro. 
          Em psicologia, autoestima inclui a avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau. Muito se fala sobre autoestima, mas poucas pessoas entendem o seu verdadeiro significado. Cuidar de sua autoestima vai muito além de visitar o cabeleireiro ou comprar aquela roupa nova. Aliás, estas nem são condições necessárias para o cultivo da mesma. Conhecemos, em tese, a definição básica de autoestima: é a estima que se tem por si mesmo, ou seja, o quanto a pessoa se valoriza. O quanto se  quer bem e se aceita.
Por outro lado podemos dizer que a autoestima é um ato de amor e de confiança consigo mesmo, ou seja, o "amor próprio" e a "autoconfiança", então se faltar um destes ingredientes, não teremos uma autoestima verdadeira.
É certo que se ame a si mesmo, mas é fundamental que se tenha confiança em seus atos ou pensamentos, em seus projetos ou na sua capacidade de conquista, porque sem o amor próprio é impossível sentir momentos de felicidade.
Infelizmente, trazemos dificuldade em cultivar estes dois ingredientes da autoestima, o amor próprio e a autoconfiança, por eventos que se manifestaram desde a nossa criação. Quantas vezes, por medo do egoísmo, deixamos de lado nossa própria vontade, para fazer tudo o que o outro queria. Só que autoestima não tem nada a ver com o egoísmo. O egoísta é um ser vazio e solitário que precisa cada vez mais de coisas e pessoas que o preencham. Gente com boa autoestima, apenas reconhece que, como qualquer ser humano, tem o direito de valorizar e satisfazer suas vontades também.
Durante nossa socialização, aprendemos a cultivar uma "personalidade ideal" e, tivemos que engolir nossos sentimentos. Em nome de Deus, da moral ou da boa educação, o importante era "fazer a coisa certa", mesmo que aquilo estivesse contrariando nossa natureza.
Pensamos agora na ideia do "corpo ideal". O ideal é apenas um sonho, uma projeção. Com isto, vivenciamos um estado profundo de angústia, pois comparamos nosso corpo com "modelos" e percebemos o quão diferente somos daqueles seres perfeitos e maravilhosos que deveríamos ter sido.
Na nossa cultura, na mídia e até mesmo nossos familiares contribuíram fortemente para gerar este quadro: "Está na moda quem usa tal roupa"; "Sem estudo você não é nada"; "Você será aceito somente se fizer isto e não aquilo...". na maioria das vezes, isto aconteceu por ignorância, se essas pessoas tivessem acesso a determinadas informações, certamente as atitudes de nossos educadores seriam diferentes.
Quando a pessoa passa a se perceber e ter uma maior compreensão de si, o resgate da autoestima acontece, por que  ela decide que só precisa ser quem ela é. Você pode confrontar as opiniões, e não ficar preso a um único ponto de vista. Descobre que, se no passado era importante ouvir e respeitar as ordens dos adultos, hoje você pode ser dono (ou dona) de seu próprio destino. Passa a respeitar mais suas próprias ideias, porque, automaticamente, está se ouvindo mais. Não viemos ao mundo para corresponder às expectativas dos outros, por mais que se ame.
O maior desafio humano é lidar com suas emoções e na maioria das vezes é necessário agir de forma incisiva para que algo seja efetivado.
Quando essa atuação passa a ficar complicada, o indivíduo começa a pensar na necessidade de transformação pessoal, na necessidade em querer ser alguém melhor.
Não é necessário que o ser humano chegue ao fundo do poço não havendo mais saída, basta que ele deseje uma melhor maneira de viver, para que o desejo de transformação aconteça. Essa transformação também não tem período de duração ou tempo determinado para acontecer. Ela se dá a qualquer momento.
Desejar ser uma pessoa melhor para si e para o meio em que vive, é uma decisão que traz em parte grande responsabilidade, que a pessoa deve assumir com sua história de vida e com sua essência.
Na verdade é um compromisso real, fiel consigo mesmo em buscar das informações necessárias para sua evolução pessoal.
E a partir do instante em que se tem essa firme decisão que as portas se abrem e as ferramentas necessárias para seu desenvolvimento surgem á sua frente. A mente se abre! E conforme dizia o gênio Albert Einstein, a mente que se abre ao novo nunca mais volta ao seu tamanho original. E isso já garante boa parte nesta transformação.
Por isso a importância de se comprometer, assumir a própria história e encarar a vida de frente assumindo todos os riscos.
Tomando posse de si mesmo... Permitindo que seu melhor apareça... Passando a contagiar outras pessoas com sua mente saudável por onde passar!!!
"O ser humano vivência a si mesmo, seus pensamentos como algo separado do resto do universo - numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza. Ninguém conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior."Albert Einstein

           Neste sentido a transformação pessoal pode ser desenvolvida passando a ser como uma característica permanente de personalidade, podendo, ser específica de uma dimensão particular, "Acredito que sou um bom escritor e estou muito orgulhoso disso" ou de extensão global, "Acredito que sou uma boa pessoa, e sinto-me orgulhoso quanto a mim no geral".
           O que uma pessoa com a consciência desperta sente em relação a si mesma está presente em todas as suas ações; gestos, posturas e atitudes, revelam as diversas facetas da autoestima.
          A pessoa estando consciente dessa transformação procurando se perceber melhor, desenvolverá uma autoimagem mais coerente com sua realidade evolutiva, do contrário a interpretação fantasiosa da realidade, baseada em crenças e emoções autos significantes, e não na análise racional dos fatos, leva à distorção da autoimagem.
“Mudar de mundo é mudar de olhar, transformarmo-nos é o melhor que podemos fazer para contribuirmos com a mudança do mundo.” Não há outro caminho para se viver que não passe por si mesmo, pela experiencia magnifica de Ser que se torna consciente e floresce na direção da própria plenitude. Essa busca do “DeSiPleno”, da disciplina da vida. (Magalhães, 112).
        

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